Crime e Ostentação

Artigo apresentado para a disciplina Sociologia da Violência, do curso de Mestrado Profissional em Segurança Pública, Cidadania e Direitos Humanos, sob exigência da Professora MSc. Izaura Rodriguez Nascimento.

Leia o RESUMO:

O presente artigo traz um breve estudo sobre a relação umbilical existente entre os fenômenos da criminalidade e da ostentação mostrando como esses dois fenômenos estão interligados em nossa sociedade pós-moderna. Uma sociedade que encampa a bandeira do consumismo como ícone e símbolo de existência e visibilidade social perante o outro e que não aceita outro modo de vida que não seja o voltado ao consumo. O ser virou sinônimo do ter. Nessa nova ordem social os indivíduos buscam sair de sua invisibilidade social através do consumo e da ostentação, porém essa busca pela visibilidade se torna um calvário para as classes sociais menos aquinhoadas e dentro deste nicho os adolescentes são os mais afetados por uma série de variáveis que os leva a entrar no mundo da criminalidade como uma forma, não convencional, de inserção social. Mostrando que a invisibilidade nem sempre é estar à margem da sociedade, mas também não usufruir do bem estar social que existe apenas à quem tem acesso a riqueza e proteção, causando assim um modelo de sociedade que busca concentrar a riqueza tornando, por conseguinte, tudo objeto de consumo. Apresentações de casos reais em que os fenômenos do crime e da ostentação estão interligados são reportados na presente obra para análises a fim de observamos como esses dois fenômenos estão mais presentes do que nunca em nosso cotidiano. A posição de autores consagrados como Bauman, Hanna Arendt e Nobert Elias são trazidos para fundamentar nossas colocações e enriquecer o debate que envolve os fenômenos do crime e da ostentação dentro de uma sociedade puramente consumista. Saber como lidar com essa nova ordem social, assim como definir maneiras de prevenir que crimes sejam cometidos, principalmente pelos indivíduos mais jovens, em face da influência do fenômeno do consumismo exacerbado é o que sugerimos ao final deste trabalho.

Jone Clei Souza

Delegado de Polícia Civil - AM